quinta-feira, novembro 16, 2017
COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE GERARDO FERREIRA DA PONTE, IMPORTANTE LIDERANÇA POLÍTICA, PECUARISTA E LATIFUNDIÁRIO DA RIBEIRA DO JAIBARAS
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
"Navegar é preciso. Viver não é preciso"
Nos tempos de globalização, em que as distâncias do planeta Terra foram encurtadas por meio da difusão dos meios de transporte e comunicação, os valores sociais inverteram-se: diferente do tempo de Dom José, os cidadãos sobralenses hoje nascem num ambiente em que a educação deixou de ser um luxo das elites, para ser uma necessidade real a quem almeja um futuro promissor. Nesse contexto, o aforismo de Fernando Pessoa, "Navegar é preciso. Viver não é preciso", torna-se cada vez mais atual, porque o mundo pós-moderno em que vivemos, força-nos a superar barreiras – não as espaciais, que distanciam os indivíduos – mas as barreiras humanas, cada vez mais firmadas pelo mundo globalizado que cobra das pessoas, uma postura inovadora que preze além do respeito ao outro e ao meio ambiente, um espírito aventureiro desejoso de novas possibilidades, já que com o avanço tecnológico, o moderno pouco a pouco torna-se obsoleto e sem valor.
Inseridos nesse meio e, carregando em nossa bandeira o nome desse homem que ritualizou sua vida e tornou-se um personagem proeminente na história sobralense, deixando aos seus concidadãos o exemplo de homem culto à frente do seu tempo é que, nós, docentes dessa escola, temos uma missão para os anos vindouros: a de zelar pela sua imagem, criando em nossos alunos o amor à cultura e ao saber, que constrói não somente homens e mulheres bem sucedidos, mas cidadãos construtores de sua própria história. Indivíduos que, engajados com o sucesso da nação brasileira, sejam defensores da nossa terra a qual tanto Dom José amou e enalteceu com seus feitos, construindo uma identidade sobralense que não morre, mas é eterna, mesmo na modernidade, enquanto existe nos corações dos que aqui vivem.
O fato é que Dom José deixou-nos um legado que o torna cidadão do universo e um dos construtores da modernidade, fonte viva e latente de empreendedorismo aliado à prosperidade, o que faz dele um exemplo a seguir.
Em nossa juventude, com o calor do nosso sangue vigoroso, nós, que fazemos parte desta escola, somos portadores de uma cara missão que vem sendo empreendida por dezenas de professores que por ela passaram. Estes homens e mulheres produziram frutos que fazem de nossa escola distinta entre todas as outras sobralenses pois, carregando a bandeira da tradição, que sempre fora sua marca, não somente rendeu notáveis frutos, mas segue o exemplo dado pelo homem que ela carrega o nome. Comprometidos com essa causa, não temos poucos desafios pela frente. Impelidos pelo espírito inovador de Dom José, seguimos com nossa meta, antecedidas por muitos grandes: despertar no aluno o desejo de empreender, marcando a modernidade com frutos prósperos e o mais premente desejo de que seguindo a nossa caravela estejam muitos que pensem conosco acreditando que "Navegar é preciso. Viver não é preciso".
ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA COMEMORATIVA DOS 50 ANOS DO COLÉGIO ESTADUAL DOM JOSÉ TUPINAMBÁ DA FROTA
MONOGRAMAS
MONOGRAMAS PATRIARCAIS
VISIONÁRIO DO PROGRESSO
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
FLORENT AMODIO, O SOBRALENSE FRANCÊS
terça-feira, fevereiro 23, 2010
MEU AVÔ, UM CONSTRUTOR DA HISTÓRIA SOBRALENSE
Sobralense, filho de José Ferreira da Ponte e Angélica Francelina Portela, meu avô materno, GERARDO FERREIRA DA PONTE, nasceu no dia 08 de outubro de 1917, no local denominado Malhada de Baixo, pertencente à vila de São Vicente-Jaibaras.
Casou-se no dia 05 de julho de 1939 com Maria da Conceição Frota Ponte, filha de João Euclides da Frota e Antonia Bezerra da Frota. Com pouco mais de um mês de casado teve a mão esquerda amputada em acidente ocorrido enquanto caçava. Mesmo carregando a deficiência física, Gerardo Ferreira era um homem muito apto ao trabalho, viajou boa parte do Brasil negociando com gado, sendo um pecuarista de grande destaque na região Norte do estado do Ceará.
Na região do Vale do Jaibaras, dessa vez com a fruticultura irrigada, foi pioneiro da produção de coco em larga escala, iniciando esse cultivo na grande seca de 1958, quando necessitou da mão-de-obra de centenas de retirantes da seca, os chamados “cassacos”, na elevação de um verdadeiro oásis com toda sorte de frutas, em meio a uma região cruelmente castigada pela seca.
Foi dono de uma personalidade muito forte, a qual se equilibrava com sua sensibilidade e o espírito saudosista que marcou todos os momentos de sua história. Foi um homem político, de grande importância na história sobralense. Na década de 1970, junto com outros moradores, militou heroicamente contra o projeto do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS, de desapropriação da vila de São Vicente-Jaibaras para a implantação do Perímetro Irrigado do Açude Ayres de Souza. Tendo sido uma liderança política na região, buscou defender os interesses de centenas de moradores que ali viviam e de onde tiravam seu sustento, vivendo um drama ao abandonarem essa terra querida. Sendo que este lugar já era habitado outrora pelos antepassados destes moradores.
Mesmo fracassando na tentativa de evitar tal política pública, intercedeu em nome da população para que não demolissem nem a antiga capela da vila, construída em 1887, nem os cemitérios do local, onde se encontravam sepultados muitos dos seus antepassados.
Viveu grande drama ao ver todo um patrimônio conquistado com muito sacrifício completamente destruído, deixando a terra de origem por volta de 1975 e indo residir na Fazenda Santa Maria (Jaibaras), onde comemorou bodas de ouro junto com a esposa, cercado pela família em clima de imensa fraternidade. Nessa fazenda viveu seus últimos dias, falecendo em 30 de agosto de 1990.
Católico fervoroso, deixou o exemplo de exímia integridade moral. Fiel devoto de São Vicente de Paulo, padroeiro das obras de caridade, fora em vida um homem bastante caridoso e piedoso, cuja fama até hoje é lembrada por muitos dos que ele um dia acolheu.
Em homenagem ao seu carisma e militância política na região do Vale do Jaibaras, a Câmara Municipal de Sobral, por meio do Projeto de Lei nº 1170/08, de 24/11/2008, do vereador José Maria Félix, denominou oficialmente de Gerardo Ferreira da Ponte, a estrada que liga o distrito de Jaibaras à vila de São Vicente (SETOR II).