IDOLATRIA À SOBRAL
Que seria isso? Qual a razão de as pessoas manifestarem um amor tão grande à Sobral, cidade interiorana da zona noroeste do estado do Ceará, distante 275 quilômetros de capital Fortaleza? As razões são muitas. O objetivo desse blog é acolher aqueles que amam Sobral, idolatrando-a como terra de tamanha beleza, geradora de muitas personalidades admiráveis. Sejam bem vindos a esse espaço de debates e conhecimentos gerais sobre a "Princesinha do Norte" metrópole do nosso coração.





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terça-feira, fevereiro 23, 2010

MEU AVÔ, UM CONSTRUTOR DA HISTÓRIA SOBRALENSE




Sobralense, filho de José Ferreira da Ponte e Angélica Francelina Portela, meu avô materno, GERARDO FERREIRA DA PONTE, nasceu no dia 08 de outubro de 1917, no local denominado Malhada de Baixo, pertencente à vila de São Vicente-Jaibaras.
Casou-se no dia 05 de julho de 1939 com Maria da Conceição Frota Ponte, filha de João Euclides da Frota e Antonia Bezerra da Frota. Com pouco mais de um mês de casado teve a mão esquerda amputada em acidente ocorrido enquanto caçava. Mesmo carregando a deficiência física, Gerardo Ferreira era um homem muito apto ao trabalho, viajou boa parte do Brasil negociando com gado, sendo um pecuarista de grande destaque na região Norte do estado do Ceará.
Na região do Vale do Jaibaras, dessa vez com a fruticultura irrigada, foi pioneiro da produção de coco em larga escala, iniciando esse cultivo na grande seca de 1958, quando necessitou da mão-de-obra de centenas de retirantes da seca, os chamados “cassacos”, na elevação de um verdadeiro oásis com toda sorte de frutas, em meio a uma região cruelmente castigada pela seca.
Foi dono de uma personalidade muito forte, a qual se equilibrava com sua sensibilidade e o espírito saudosista que marcou todos os momentos de sua história. Foi um homem político, de grande importância na história sobralense. Na década de 1970, junto com outros moradores, militou heroicamente contra o projeto do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS, de desapropriação da vila de São Vicente-Jaibaras para a implantação do Perímetro Irrigado do Açude Ayres de Souza. Tendo sido uma liderança política na região, buscou defender os interesses de centenas de moradores que ali viviam e de onde tiravam seu sustento, vivendo um drama ao abandonarem essa terra querida. Sendo que este lugar já era habitado outrora pelos antepassados destes moradores.
Mesmo fracassando na tentativa de evitar tal política pública, intercedeu em nome da população para que não demolissem nem a antiga capela da vila, construída em 1887, nem os cemitérios do local, onde se encontravam sepultados muitos dos seus antepassados.
Viveu grande drama ao ver todo um patrimônio conquistado com muito sacrifício completamente destruído, deixando a terra de origem por volta de 1975 e indo residir na Fazenda Santa Maria (Jaibaras), onde comemorou bodas de ouro junto com a esposa, cercado pela família em clima de imensa fraternidade. Nessa fazenda viveu seus últimos dias, falecendo em 30 de agosto de 1990.
Católico fervoroso, deixou o exemplo de exímia integridade moral. Fiel devoto de São Vicente de Paulo, padroeiro das obras de caridade, fora em vida um homem bastante caridoso e piedoso, cuja fama até hoje é lembrada por muitos dos que ele um dia acolheu.
Em homenagem ao seu carisma e militância política na região do Vale do Jaibaras, a Câmara Municipal de Sobral, por meio do Projeto de Lei nº 1170/08, de 24/11/2008, do vereador José Maria Félix, denominou oficialmente de Gerardo Ferreira da Ponte, a estrada que liga o distrito de Jaibaras à vila de São Vicente (SETOR II).

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